Outros motivos não faltam e são bem mais que cinco. Pode-se falar na privatização do Banco Central - agora presidido por um funcionário do Itaú; pode-se lembrar da violência cometida contra as tradições de independência e soberania da política externa brasileira - agora transformada em correia de transmissão da diplomacia dos Estados Unidos graças à presença do jejuno José Serra no Itamaraty; pode-se ainda falar numa série de outros desmandos que têm sido cometidos nesse curto (mas tão cansativo) período de interinidade, entre eles a desmontagem do MEC e do ministério da Saúde e a extinção do MinC. Todos esses fatos são suficientes para que Temer seja afastado do governo.
Nada, no entanto, se compara à violência que as medidas de natureza econômica representam, um verdadeiro e meticuloso exercício sinistro de transferência de riqueza para as mãos dão capital e de embrutecimento das relações sociais, anos de retrocesso em todos os pequenos (mas importantes) avanços conseguidos nos últimos anos.
A revista Carta Capital publica em seu último número ótimas matérias sobre o estrago que o governo interino - de forma ilegal - vem promovendo em setores estratégicos da vida nacional, duas delas - que são destacadas a seguir - sobre o contexto em que isso se insere e sobre o significado que tem para o Brasil e para o mundo. A primeira delas é de autoria do economista Luiz Gonzaga Beluzzo: Brasil é o último reduto do neoliberalismo. No artigo, o economista mostra que nosso país acabou ser transformando numa espécie de trincheira das práticas que favoreceram o capital financeiro no planeta, mas todas fracassadas. Segundo Beluzzo, as reformas de Temer pretendem criar aqui um bunker de resistência mais eficaz que a França nem que para isso seja preciso romper a ordem constitucional (continue a leitura)
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