Ricardo Barros vai acabar transformando a gestão transitória que faz no Ministério da Saúde em comédia de idiotices típicas da Era Temer. Nas imagens acima, um momento de incontinência
verbal do ministro sobre a Justiça do Trabalho
Tudo indica que entre os integrantes do "governo" Temer há uma disputa silenciosa e disfarçada para ver quem é, deles todos, o pior e o mais daninho para a sociedade brasileira. Em termos de más intenções relativas aos direitos sociais, à soberania nacional e à lisura no trato da coisa pública, todos estão rigorosamente empatados, embora atuem em setores diferentes. Por exemplo, não dá para distinguir a incompetência de Serra nas Relações Exteriores (que está deixando o Brasil isolado no contexto internacional), das maldades anunciada por Eliseu Padilha, da Casa Civil, em relação à CLT e à Previdência Social (que liquidam os direitos dos trabalhadores). Alguém é mais estúpido e despreparado do que o Ministro da Educação, Mendonça Filho? É uma disputa acirrada...
No entanto, há uma sutileza distintiva que dá ao Ministro da Saúde uma certa vantagem sobre seus colegas de gangue: a velocidade com que diz asneiras. Ricardo Barros parece que se prepara todos os dias para vir a público ofender de maneira intermitente o bom senso, e atira para todos os lados, manifestando um desconhecimento bíblico sobre aquilo que fala. Penso que o pódio é dele pelo fato de que ele consegue ampliar aos desvalores do interinato de Temer um traço que os demais não conseguem com tanto mérito: o ridículo fundamental.
O episódio mais recente é a declaração feita ontem por Barros: os homens procuram menos os médicos porque trabalham mais que as mulheres (leia aqui), disse ele. A afirmação, que traduz um complexo de preconceitos de natureza anti-feminina, foi de tal forma absurda que sua própria filha, a deputada estadual paranaense Maria Victória Barros, veio a público contestá-lo.
Os brasileiros e Maria Victória estamos todos assustados com esses destemperos do ministro, que já avançou sobre o SUS (ele é conhecido como ligados às empresas privadas de assistência médica), sobre os médicos, desqualificou a pílula do câncer sem nenhum fundamento, atribuiu a um tipo de hipocondria cultural e à imaginação diversas doenças que afetam a população brasileira e por aí a fora (uma coleção desses arremessos do ministro pode ser lida aqui). Ricardo Barros é um representante legítimo e qualificado da Era Temer - um período que parece ter todas as chances de perdurar por mais alguns anos na vida brasileira.
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