sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Uma imagem, mil palavras

Caiu Geddel!
(matéria do Estadão com a íntegra da "carta testamento" de
um dos maiores facínoras da História da República)
* Para tentar conter crise, Temer deve vetar anistia a caixa 2 (ESP)

* Oposição fala em impeachment de Temer enquanto aliados minimizam demissão de Geddel (El País)

* Saída de Geddel não encerra discussão criminal (Jota)

* Entenda as acusações de Calero contra Temer (Rede Brasil Atual)

* A íntegra do depoimento do ex-ministro Marcelo Calero (ESP)

* Gilmar Mendes afirma que caso Geddel foi "magnificado" (ESP)

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Black Friday

Sakamoto: o Congresso Nacional está prestes a dar uma banana para o país. O mesmo Congresso que também irá aprovar uma reforma trabalhista e uma reforma previdenciária (que irão revogar direitos da população mais pobre) e que irá impor um teto ao crescimento de investimento em serviços públicos
O melhor resultado da conspiração que levou ao golpe que depôs Dilma Rousseff da Presidência é esse gosto amargo que empresários e movimentos neofascistas em geral devem estar sentindo com as sucessivas pancadas que o estamento parlamentar e o "governo" Temer têm lhe aplicado nas costas sem tréguas. Bem-feito! Ou alguém imaginou que essa campanha contra a corrupção liderada por um pulha como Eduardo Cunha era coisa séria?

O golpe contra Dilma colocou em movimento motivações primordiais da política brasileira e o sabujo Michel Temer - uma das personalidades mais estúpidas que esse país já conheceu - nunca foi mais do que a legitimação da privatização do Estado, dos pequenos e grandes interesses, da desarticulação do Poder Público, como se pode observar pelo caráter dele e de seus ministros. Nesse sentido, nada simboliza mais esse estado de coisas do que o episódio que expôs à sociedade o perfil de Geddel Vieira e sua associação ilícita e quadrilheira com o próprio Temer.

As principais matérias que recolhi nos últimos dias sobre esse contexto estão aqui e podem eventualmente matar a curiosidade - talvez até com efeito catártico - de quem quer anotar o passo a passo da ruptura ético-institucional que o Brasil vive. Não tenho a menor ideia do que pode acontecer, mas talvez seja a hora dos movimentos sociais ocuparem as ruas e os palácios; interromper  o funcionamento do país.

Clipping do blog: * Ocupar o Brasil
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terça-feira, 22 de novembro de 2016

Mar de lama

Temer e Geddel, o mesmo DNA e o mesmo desprezo
 pela Ética e pelo interesse público
A expressão mar de lama foi criada por Carlos Lacerda para designar as denúncias de corrupção que fez contra Getúlio nos anos 50, mas acabou se tornando uma referência geral muito frequente na política brasileira, sempre que alguém pretende expor o envolvimento de políticos com práticas corruptas. Mal sabia o corvo (como Lacerda era conhecido) que a metáfora que inventou para descrever o ambiente que levou Vargas ao suicídio em agosto de 1954 seria coisa de principiante comparada com que estamos assistindo sob o "governo" Temer: uma escabrosa proteção oficial do verdadeiro festim de canalhas que revela as verdadeiras intenções dos que conspiraram pelo golpe que afastou Dilma Rousseff da presidência.

Vale a pena acompanhar a extensão que o assunto adquiriu: * Combinação entre crise moral e derrocada econômica pode ser devastadora (Tereza Cruvinel, GGN) * Sobre a imoralidade (Estadão) * Família de Geddel representa prédio em ação contra Iphan (Folha) * Amigo de ministro, integrante de comissão advoga para construtoras (Folha) * Geddel espera a feira baixar no deserto da nossa amnésia (El País) * Geddel chora em reunião com líderes da base aliada no Planalto (Valor Econômico) * Líderes da base aliada defendem Temer e preparam manifesto em seu apoio (Estadão) * Temer deve decidir se empurra Geddel ou se desce com ele (José Roberto de Toledo, via GGN) * Espetáculo grotesco no CDES (J.Carlos de Assis, GGN)
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Populismo: ainda o rescaldo da eleição de Donald Trump

Multidão que acompanhou o corpo de Vargas na praia
do Flamengo, em 1954, mostra que o apelo populista
pelas reformas sociais põe em xeque as estruturas
do Estado
O termo populismo volta à cena acompanhando a aparente surpresa que a eleição de Donald Trump representou. Na imprensa, no entanto, em especial na imprensa brasileira, o populismo sempre foi traduzido vulgarmente para a opinião pública como sinônimo de demagogia, clientelismo, corrupção; não por uma mera coincidência, valores esses que a mídia tradicional associou (e ainda associa) a figuras de forte apelo popular, como é o caso de Getúlio Vargas, João Goulart, Lula... Na verdade, essa simplificação grosseira do conceito mal esconde a natureza profunda do fenômeno: um projeto reformista (de direita ou de inspiração socialista) aglutinador de setores subalternos da sociedade que se sentem à margem do quadro da representação política das elites em situações de crise de hegemonia. Não é obra do acaso o fato de que o populismo tenha se tornado o modelo ou a  forma que o Estado adquiriu em momentos de profunda crise econômica (nos anos 30, por exemplo, e agora) ou nos países periféricos de frágil consistência institucional político-partidária (a América Latina quase inteira).

Temos uma tradição acadêmica de discussões em torno do assunto construída principalmente depois 64, já que o golpe militar mostrou - como definiu Ianni em O colapso do populismo no Brasil (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1994), a inviabilidade de uma prática política que se sustentava na sistemática reprodução de demandas populares cuja implementação - como as reformas de base, por exemplo - só seria possível com a alteração do complexo de forças no poder, ou seja, com o afastamento das tradicionais forças oligárquicas na direção de uma ruptura com a estrutura de representação política e com a estrutura de da distribuição da renda. Embora os atores da cena política da época eventualmente não tenham se dado conta disso (possivelmente, apenas o PCB percebia a gravidade daquela conjuntura), me parece bastante plausível a constatação de que o país viveu então um momento pré-revolucionário, ainda que do ponto de vista subjetivo e orgânico estivéssemos muito longe disso (continue a leitura).
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domingo, 13 de novembro de 2016

Trump e a revisão semântica do neoliberalismo

Ilustração: A charge de Amarildo, Blog do Noblat, O Globo, 13/11/16

Disse bem o blog verdades quase secretas: "Um país que elege Cunha, Bolsonaro, Doria, Alckmin, Serra, Feliciano, Holiday e Crivella não pode reclamar [nem se surpreender] de um país que elege Trump".

Para uma inquietante - e eventualmente aterradora - compreensão sobre os resultados da eleição presidencial nos Estados Unidos, sugiro acessar o clipping do blog aqui.

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sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Michel Miguel Elias Temer Lulia, conhece? É o presidente da República e titular do cheque reproduzido abaixo

Com uma prova dessas, Temer nem deveria estar andando por aí, quanto mais na Presidência da República. Mas os golpistas e sua mídia, com raras exceções, fingem que não veem e empurram a decisão do TSE para evitar que, caso seja afastado agora do cargo que usurpou, as eleições se realizem já. Se a coisa toda ficar para 2017, a escolha do substituto de Temer será indireta. É um outro desdobramento artificiosamente legal do golpe. É preciso impedir que o povo escolha. Leia mais no El País e a matéria da revista Carta Capital sobre o assunto.

E mais: * Temer financiou relator da PEC 241 (CC) * Réu no TSE, Temer pode vir a indicar dois de seus julgadores (CC)
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quarta-feira, 9 de novembro de 2016

A era da estupidez

A meio pau



Mensagem do povo alemão aos americanos, viralizada na rede antes de ser conhecida a vitória de Trump:


Sigam em frente, votem no cara que fala alto e odeia minorias, que ameaça oponentes de prisão, não dá a mínima para a democracia e diz que, sozinho, consegue dar um jeito em tudo. O que poderia dar errado?

Leia mais aqui

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