Multidão que acompanhou o corpo de Vargas na praia do Flamengo, em 1954, mostra que o apelo populista pelas reformas sociais põe em xeque as estruturas do Estado |
Temos uma tradição acadêmica de discussões em torno do assunto construída principalmente depois 64, já que o golpe militar mostrou - como definiu Ianni em O colapso do populismo no Brasil (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1994), a inviabilidade de uma prática política que se sustentava na sistemática reprodução de demandas populares cuja implementação - como as reformas de base, por exemplo - só seria possível com a alteração do complexo de forças no poder, ou seja, com o afastamento das tradicionais forças oligárquicas na direção de uma ruptura com a estrutura de representação política e com a estrutura de da distribuição da renda. Embora os atores da cena política da época eventualmente não tenham se dado conta disso (possivelmente, apenas o PCB percebia a gravidade daquela conjuntura), me parece bastante plausível a constatação de que o país viveu então um momento pré-revolucionário, ainda que do ponto de vista subjetivo e orgânico estivéssemos muito longe disso (continue a leitura).
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