domingo, 6 de novembro de 2016

Razão e consciência do dano social: relato literário e histórico (do Blog da Boitempo)

Machado de Assis: ficção a serviço
da História
Transcrevo o belo artigo do juiz Jorge Luiz Souto Maior publicado no blog da Editora Boitempo sobre o registro que Machado de Assis faz da violência contra o trabalho no romance Memórias Póstumas de Brás Cubas e em outros três contos de sua autoria: Pai contra mãe, A Igreja do Diabo e O Enfermeiro

O que me parece inspirar a reflexão de Souto Maior é a forma crua como o maltrato do escravo ficou mais claramente registrado na ficção do que nos autos de quaisquer que tenham sido as denúncias legais contra a mais perversa herança que nossas elites trouxeram para o presente e que, ainda agora, insistem em perpetuar com o disfarce da modernidade das várias reformas anti-sociais que querem implementar depois do golpe do impeachment. Na verdade, penso eu que se trata de de uma marca estrutural da dominação senhorial é contra ela que a sociedade brasileira ainda resiste pela recusa, como diz Souto Maior, em aceitar "uma concepção cultural que tende a naturalizar a injustiça...". O artigo:

E por que buscar a literatura para tratar de um tema jurídico? Porque na situação concreta em que nos encontramos não nos faltam normas e fundamentos para aplicá-las e, assim, enfrentar as diversas agressões aos direitos trabalhistas que verificamos na realidade social brasileira. Então, talvez o que nos falte seja a superação de uma concepção cultural que tende a naturalizar a injustiça e a culpabilizar as vítimas (continue a leitura).

Depois, leia também, do mesmo autor: * PL 4330/04: maldade explícita e ilusão  * Impeachment, corrupção, hipocrisia e terceirização.
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