terça-feira, 19 de abril de 2016

O colapso da representação parlamentar: golpistas jogam o Brasil no fundo do poço


Momentos de rara tristeza e decepção na votação que culminou com o golpe parcial da destituição da presidente Dilma. Nem mesmo o pior dos facínoras imaginaria um conjunto de picaretas cujo discurso articulado em nome do conservadorismo obscurantista estivesse tão afinado: Deus, família, maridos, torturadores, ladrões disfarçados de presidente da Câmara, empresários e aproveitadores de todo o tipo. 

No final das contas, um retrato do país como nunca se viu. Para que se tenha uma ideia, o número de votos obtidos pelos 367 deputados que votaram pelo golpe é inferior ao número total de votos obtidos por Dilma no 2o. turno das eleições de 2014. Apenas 35 parlamentares de todos os deputados da Câmara foram eleitos com votos recebidos em seu próprio nome; os demais chegaram lá pela via do voto proporcional dado às respectivas legendas, um subterfúgio constitucional que não recomenda quem se vale dele.

E o episódio mais inusitado e cômico de todo o desenrolar da votação foi este: a declaração da deputada Raquel Muniz que se derramou em louvor da honestidade do marido, prefeito de Montes Claros (MG). Nem 24 horas depois, Rui Muniz, o cônjuge da moça, foi preso pela Polícia Federal acusado de... corrupção. É dessa matéria prima que os conspiradores são formados. Veja abaixo a matéria do Globo News sobre o assunto:


* E para que se tenha uma ideia do DNA golpista, não deixe de ler a matéria da BBC: * "Enquanto me dava choques, Ustra me batia com cipó e gritava", diz torturado aos 19 anos. E mais esta: * A vergonha mundial ainda protege o Brasil (Tijolaço) * Deputados se comportaram como bêbados em um estádio de futebol (Irish Times, via Opera Mundi).
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