segunda-feira, 30 de maio de 2016

Bancos: cara de pau e ganância

Bertold Brecht: robar un banco es un delito, pero
más delito es fundarlo
Fiquei surpreso com a matéria que o Estadão divulgou ontem dando conta de um vídeo no qual o presidente do conglomerado financeiro Itaú-Unibanco, Roberto Setúbal, afirmou que o afastamento da presidente eleita Dilma Rousseff se deu "de forma organizada, ordenada, de acordo com o que está previsto na Constituição". Segundo o jornal, a mensagem do banqueiro aos participantes do encontro dos analistas e profissionais do mercado da especulação financeira foi clara: a interinidade de Temer renova as esperanças dos agentes econômicos.

Por que surpreso? Porque foi o mesmo Setúbal quem disse que não havia motivos "para tirar Dilma do cargo": em entrevista concedida à Folha, quando começaram a se articular as forças golpistas que fizeram o processo de impeachment prosseguir na Câmara e no Senado, o banqueiro - descrito pelo jornal como defensor contundente "da permanência de Dilma no Palácio do Planalto" - não tinha qualquer dúvida sobre as razões do golpe: "pelo que vi até agora, [o impeachment por corrupção] não tem cabimento. Pelo contrário, o que a gente vê é que Dilma permitiu uma investigação total sobre tema". Nem mesmo as "pedaladas fiscais" seriam "motivo para tirar a presidente" (continue a leitura).
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