sábado, 21 de maio de 2016

Déficit fiscal: uma história mal contada

Desordem financeira beneficiou os empresários através dos
privilégios fiscais, mas sua correção vai ser socializada
pelo governo ilegítimo e ilegal de Temer
A imprensa ou mente ou esconde ou confunde o leitor nessa história do déficit fiscal. É visível que o sensacionalismo que se faz em torno do assunto tem o objetivo claro de associar o buraco nas contas públicas à imprevidência do governo Dilma, como se as despesas feitas para manter a máquina pública funcionando pudessem ser contornadas como querem agora os monetaristas ortodoxos que acompanham Temer.

Na verdade, a principal causa do déficit fiscal foi a política equivocada de desonerações fiscais posta em prática por Guido Mantega como fórmula para estimular os investimentos que blindassem a crise na qual o país mergulhou no final da gestão Lula. Em setembro de 2015, a Folha informava que a perspectiva dos privilégios fiscais dados aos empresários no período Dilma chegaria a R$ 458 bilhões, mais de duas vezes o déficit alardeado agora pela facção de economistas de Temer. Em dezembro daquele ano, a soma das desonerações já atingia R$ 116 bilhões, como noticiou o Estadão.

Portanto, qualquer medida de ajuste fiscal que vá na direção do aumento da carga tributária ou do enxugamento de gastos sociais do Estado e ampliação das privatizações significa manter intocados os principais beneficiários das desonerações, isto é, os principais articuladores do golpe contra Dilma.

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