terça-feira, 17 de maio de 2016

Nossa pátria mãe tão distraída... sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações

Golpistas desmontam e saqueiam
o Brasil
Leio no twitter um amargo post sobre o lugar de "honra" que o interino Temer ocupa entre os presidentes mais trapalhões de toda a história. Não duvido disso, mas acho que tem mais coisa por aí: Temer está promovendo de forma deliberada - o que no jargão jurídico pode ser associado ao dolo, isto é, um crime cometido com a intenção criminosa  - a desmontagem do Estado e, ao mesmo tempo, abrindo um fosso extraordinário entre os cidadãos e as instituições. Em qualquer país, um dirigente político com esse perfil psicótico já teria sido afastado e internado em alguma instituição psiquiátrica.

Mas não é o que acontece no Brasil. A imprensa começa a dar sinais de que tem alguma coisa errada no Palácio do Planalto, mas continua levantando a bola do interino através de seus colunistas e manchetes, o que a torna cúmplice dos desmandos que Temer está cometendo, tanto quanto os segmentos do empresariado que, mesmo com o pé atrás em relação às intenções de Meirelles em restaurar a CPMF, continuam esperançosos de que a truculência neoliberal não demora, sem que manifestem quaisquer precauções com a explosão social que pode advir da perda repentina de direitos.

Tenho para mim que as trapalhadas dos golpistas têm uma dupla intenção e podem não ser tão trapalhadas como parecem. A primeira é a de consolidar avanços na apropriação do Estado pelos interesses privados sob um clima tipo "não temos outra alternativa se quisermos botar ordem na casa", "vejam o que herdamos" etc. A outra é criar uma situação de caos com informações que desestabilizam a relação dos cidadãos com a realidade de tal forma que a pior notícia chega a ser mais tranquilizadora do que a desordem em que o país se encontra. Portanto, há lógica nessa loucura, e uma lógica maquiavélica.

Programas sociais inflados, o SUS sem condições de atender seus usuários, reforma da previdência de caráter restritivo, eminência de aumento de impostos, volta da CPMF, Banco Central nas mãos do Itaú... tudo isso forma um conjunto articulado que dá sentido ao "ordem e progresso" empunhado como bandeira e slogan da interinidade de Temer. 

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