Culto evangélico semanal realizado ilegalmente no plenário da Câmara Municipal de São Paulo |
Segundo advogados consultados pelo jornal O Estado de S. Paulo, o uso privado do espaço público do poder legislativo municipal é um ato criminoso e fere os princípios da democracia e da liberdade de opinião. A presidência da Câmara se faz de desentendida, mesmo quando alega que o plenário pode ser requisitado pelos vereadores. Conversa fiada: o espaço público é laico e não pode ser usado para fins confessionais. Nem aquele crucifixo que está ao fundo do plenário pode estar ali (leia mais).
A dissolução das práticas políticas em meio às normas doutrinárias das igrejas evangélicas controladas por um bispado movido a interesses financeiros é um dos principais sintomas do vazio em que vive a sociedade civil brasileira nos últimos anos. O resultado parecer ser uma espécie de representação paralela (de onde eu arrisco chamá-la de pararepresentação) à margem do Estado - ou à sua revelia. Manifestações em favor de torturadores, esquadrões da morte atuando soltos pelo país, autoridades destituídas que, ainda assim, exercem o poder de fato no âmbito do Estado, sem falar nos traços de ilegalidade do próprio exercício da Presidência da República. O exemplo abaixo, em pequena escala, reflete os rumos que isso vai tomando.
O ator Alexandre Frota, que há poucos meses brilhou na mídia pela cara de pau com que apresentou ao "ministro" da Educação de Temer um pretensioso projeto para a área, parece ter gostado da performance e resolveu de vez colocar-se como guardião de grandes causas. Neste fim de semana, contratou 70 lutadores faixas-preta para proteger a advogada Janaína Paschoal, aquela que é um das signatárias do pedido de impeachment de Dilma junto com Reale e Bicudo. A moça, claro, não aceitou, mas a iniciativa de Frota mostra uma disposição de atuação paramilitar muito parecida com a das Sturmabteilung ( as SA, de Röhm) que protegiam Hitler nos comícios da Alemanha dos anos 20.
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