quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Só dói quando a gente ri...

Capa da revista New Yorker, edição de agosto, sobre as Olimpíadas: ironia bem humorada sobre
as dificuldades do Brasil com o zika nos deixa expostos como um país de anomalias do atraso

(mas movimentos sociais programam ato Fora Temer na abertura dos jogos)

Terminei de ler o relatório que o senador Anastasia apresentou à comissão do Senado que analisa o pedido de impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff. Anastasia, para quem não sabe, é um ex-governador de Minas, sabujo do PSDB, que só consegue alguma expressão no cenário nacional pela maneira como atua como serviçal de Aécio Neves. Seu nome aparece em um sem número de denúncias de corrupção e a mais irônica delas fala sobre as irregularidades fiscais que ele praticou quando estava no executivo mineiro (leia aqui). Não fosse a blindagem que tem da Globo e dos grupos que apostaram na sua insuspeita pré-disposição contra Dilma, não chegaria a relatar coisa alguma. 

Pois o relatório em que esse pulha recomenda o afastamento da presidente eleita é uma dessas peças que farão envergonhar o poder legislativo brasileiro pela historia a fora, como se não bastasse a tragicomédia representada pela votação da Câmara em 17 de abril.  Nesse sentido, a interinidade de Temer continua sendo o desastre que se vê: é conservadora, mas não é exatamente o conservadorismo o que a caracteriza e sim o seu sentido desarticulador de direitos e profundamente anti-social e reacionário. Só mesmo o esforço da mídia tradicional em inventar para a opinião pública supostos indícios de  recuperação econômica é que faz avançar a triste hipótese de que seu governo se torne efetivo. Não é à toa que 62% da pesquisa do Datafolha não o querem onde está. O zika que a New Yorker aponta como mazela olímpica está longe de ser nosso maior problema.

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